TEXTOS DO AUTOR

"Estágio no Planeta Terra", uma bem-vinda avaliação

Passados onze anos da publicação de "Estágio no Planeta Terra", enfim uma crítica minuciosa, detalhada e muito saudável, vinda de um leitor muito especial, de vasta produção literária.

Querido Gilson,

Acabei de ler a sua avaliação sobre Estágio no Planeta Terra, de minha autoria, que considero singelo livrinho que mistura ficção e coisas sérias. Excelente a sua crítica, que aliás é totalmente construtiva! Meu livro se concretizou em 1997. E minha situação em relação ao fantástico Ícaro Redimidoem que você foi o grande intermediário, é bem diferente.  Ícaro permanecerá. Será sempre reeditado, aprimorado. Estágio, não! Não há chance de se corrigir absolutamente nada! Distribuí os últimos exemplares e acabou-se. (o internauta pode saber mais sobre Ícaro Redimido aqui)

Ilustração: Em Estágio no Planeta Terra, nos idos de 1997, não houve preocupação nenhuma da editora com revisão. Isso é um absurdo, sabia? Antes de comentar mais detalhadamente sobre a sua bem-vinda avaliação,  gostaria que lesse Jamil, Galileu? Quem já me leu?  É um artigo meu que diz que à época (1997) eu nem sonhava em me aprofundar no caminho da revisão textual. Estágio é livrinho simplório. Quanto às incoerências, passados onze anos, é a primeira crítica consistente que recebo. Como vou fazer? Apenas dizer que é tudo ficção... até as distâncias intergalácticas... até os outros erros gramaticais e ortográficos... faz de conta que tudo era ficção (rsss). Não tenho saída. O livro não passou por revisão lamentavelmente. E nem da parte técnica, com a profundidade que deveria.
Mandei o livro em 1997 para uma grande amiga minha que havia cursado Letras.  Ela, talvez por amizade, não me disse "isto está ruim, isto está péssimo, isto é maluquice, vamos corrigir..."  Disse apenas: "Está ótimo!".
Por isso que adoro quando alguém critica meus trabalhos.  Quanto mais inclemência, detalhes,  contundência, mais eu me alegro! Mais contente eu fico quando ainda existe oportunidade de corrigir... No caso de Ícaro Redimido, a obra vai ficar cada vez melhor. No caso de Estágio, ela é coisa do passado. A não ser que você faça uma parceria comigo. rsss Caramba! Por que você só me apareceu agora?

Quanto a seus conhecimentos de Física Quântica, Cosmologia, Astrofísica e Astronomia, que tanto me impressionam, lembro-me que comentou comigo o fato de ter cursado dois anos de Física na UFMG, nos anos 70, passando depois para Medicina. E tudo leva a crer que os temas relacionados à Física continuam a fasciná-lo. E ensejam que busque sempre mais conhecimentos nessas áreas. Vou publicar o seu texto no site. Um grande abraço de seu sempre admirador (mais para mau discípulo do que para mestre),

Ari, em 31.1.2009

Informações importantes
Antes de o internauta ler a crítica de Gilson Freire, deve saber que anteriormente eu fizera algumas observações – na área de revisão textual – a Ícaro Redimido, e que foram incorporadas à última edição do livro. Ícaro Redimido teve uma repercussão muito boa no meio espírita. Trata-se da vida de Santos Dumont no mundo espiritual, após o seu retorno à verdadeira pátria, levado pelo sempre nefasto suicídio. Impressionei-me tanto com a obra que escrevi o artigo “Santos Dumont no mundo espiritual: dificuldades e oportunidades”, que também foi publicado no Correio Fraterno. Gilson Freire é médico homeopata, reside em Belo Horizonte. É co-autor das obras “Saúde e Espiritualidade” e “Homeopatia e Espiritismo”. “Arquitetura Cósmica — Dos mitos da criação à visão unitária do Universo” é obra de sua autoria, que traz o pensamento do filósofo Pietro Ubaldi. Sobre essa obra, foi dito que “munidos dessa admirável arquitetura cósmica efetuaremos uma síntese do conhecimento humano, urdindo o velho criacionismo e o moderno evolucionismo em uma única verdade, apaziguando o secular pleito entre a ciência e a religião”. Além de promover a psicografia de Ícaro Redimido, Gilson Freire também foi o intermediário na concretização de Tabernáculo Eterno. Todos esses livros são da Editora Inede, de Belo Horizonte.

Bem, Gilson prefere apenas, de forma modesta, dizer que é médico homeopata, mineiro, e autor de algumas obras espíritas e filosóficas.

A seguir, minhas observações estarão na cor azul escuro. O texto de Gilson será sempre na cor violeta.

ESTÁGIO NO PLANETA TERRA  — Comentários de Gilson Freire

Ari, é notável o seu pequeno romance, que junta ficção científica com lições espíritas e evangélicas. Quando era jovem, adorava ficção científica, porém estranhava o fato de que os livros projetavam no futuro temas pertinentes ao homem atual, ainda distante da realidade do espírito. Em seu romance, porém, essas coisas estão costuradas e muito bem postas. Brilhante!

Gostei tanto que resolvi fazer algumas despretensiosas anotações. Ainda não estou habilitado a lidar com a nova ortografia em vigor, por isso perdoe-me se escrevo algumas impropriedades lingüísticas – olha aí, o Word não desiste do condenado trema – que daqui a pouco serão consideradas aberrantes erros. O danadinho do hífen, por exemplo, se já era temperamental, agora está fora de controle. Por isso, você, se quiser, domestique-o. Eu não ouso cutucá-lo com meu curto conhecimento!
Atenção, essa minha iniciativa não é uma vingança (rsss). Meus comentários não visam fazer nenhuma crítica destrutiva. Apenas almejo aprender com você e contribuir, quem sabe, para o primor de sua já impecável obra, a exemplo do que você fez com os meus trabalhos.

Pág. 9 – “Rovi iria para outra galáxia (...) Viajaria para o planeta Terra, situado a 600 anos-luz de Zênidon” — sei que se trata de uma ficção, no entanto, como você se dispõe a transmitir ensinamentos, acho interessante considerar que nessa distância não é possível achar-se em outra galáxia. Nossa Via Láctea possui 100 000 anos-luz de diâmetro – recentemente li que tem cerca de 10% mais que isso. Portanto a 600 anos-luz não sairemos de nossa galáxia. Estaremos nas proximidades de estrelas locais. A galáxia mais próxima da Terra, Andrômeda, está a 2,5 milhões de anos-luz. Logo, a galáxia de Rovi deveria situar-se além dessa medida.

Recomendo que o internauta leia o artigo Enquanto o senhor VOLP não vem que está em meu site. Ele toca no assunto da transição pela qual estamos passando nós revisores e todos os amantes de nossa língua que já desejam enquadrar-se na nova forma de escrever que vigora desde 1º de janeiro de 2009. A Academia Brasileira de Letras ainda não lançou o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa – VOLP nos moldes do Novo Acordo Ortográfico. E os grandes dicionários com certeza esperarão o VOLP antes de serem lançados.

Gilson não sabe o que fazer com o travesso hífen. Difícil está sendo para todos essa questão. Ele, assim, está em dúvida quanto às palavras compostas: não-localidade, meio-termo, contrassenso, astrorrei. Quanto a “contrassenso”, não tenho dúvidas. Quanto às outras formas de grafar, prefiro esperar o VOLP (deve sair em fevereiro ou março).

As questões em que Gilson comenta deslizes de revisão textual — como falta de travessão, recuos inadequados, omissão de preposição “de”, questões de regência nominal, acento em Mariangela (Mariângela), como Antonio e Antônio, indicações de ênclise e mesóclise —, vou suprimir, para não tornar o texto indigesto ao leitor.  Repito, o livrinho não passou por revisão em 1997. — Aristides, em 31.1.2009

Pág. 39, 2º par., 10ª linha – “decorre tanto tempo porque seiscentos anos-luz não são vencidos diretamente nas transmissões” – outra curiosidade: a propagação da luz limita a máxima velocidade possível de transmissão de dados em nosso sistema. Acredito que tal limitação dar-se-á de igual forma nos mundos extrafísicos, sujeitos à mesma fenomenologia de ação exterior que nos envolve, embora em outro tônus vibratório. Portanto se uma transmissão entre a Terra e Zênidon utilizasse as vias eletromagnéticas, ainda que extrafísicas, levaria no mínimo 600 anos para se efetivar. Comunicações a essas distâncias, consequentemente, somente poderão ser realizadas fora da dimensão espaço–tempo. E fora da dimensão espaço–tempo, as coisas ocorrem de forma instantânea, como nos indicam os experimentos da Física Quântica. Logo, ou se comunica pelas vias eletromagnéticas habituais, demandando tempo excessivo, ou se utiliza a chamada não-localidade, consumindo-se tempo zero. Não haverá meio-termo.

Quanto ao uso de “ter de” e “ter que”, aprendi na gramática de Cegalla que se deve usar “ter de” quando se deseja expressar necessidade e obrigação. Nos outros casos o “ter que” é aceitável, por já estar incorporado à nossa língua. Segundo esse autor, seria o caso, por exemplo, de “hoje nada tenho que comer”, em que o “que” é pronome relativo. O que acha? Na dúvida, seria melhor ficar com a maneira formal “ter de”? e a forma “ter que” ocorrer mais na linguagem coloquial?

Em diálogos, deve-se respeitar a forma que usa cada uma das pessoas que estão conversando. Assim,  admite-se tudo em diálogo, até o tão freqüente (desculpem, não consigo escrever sem trema) “junto a”, “a nível de”... rsss. Quando a “ter de” e “ter que”, escrevi artigo relacionado ao tema.

O raciocínio que se usa em português não é tão cartesiano como a matemática. Até o tal do gerundismo, que já ouvi ser chamado de “gerúndio paulista”, que pensávamos só ter opositores, também tem defensores.

Pág. 53, 6º par., 4ª linha – penso que seria melhor escrever “obra de engenharia astronáutica” no lugar de apenas “engenharia náutica”, que parece nos remeter à engenharia de navios, embora se refira igualmente a uma “nave”.

Pág. 62 – Você situa Zênidon entre duas estrelas próximas. Naturalmente que não há nada demais nessa proposição e não vejo necessidade de se corrigir isso. Apenas, para o nosso conhecimento, gostaria de comentar que viver nas proximidades de duas estrelas pode ser romântico e bonito, porém nada agradável do ponto de vista biológico. As atrações gravitacionais de dois grandes astros avizinhados são muito poderosas e afetam sobremodo o equilíbrio orbital de qualquer planeta em suas imediações, pois geram oscilações em suas órbitas. E oscilação orbital é algo terrível para um planeta e seus possíveis viventes. Ele ficaria como um bambolê no espaço, sofrendo, além de variações constantes de peso, horríveis alterações climáticas. Seriam verdadeiros infernos, e imaginamos que somente seres muito especiais, vivendo em dimensões não físicas, poderiam sobreviver nesses orbes. Em nada se compararam aos planetas de sistemas uniestelares, como o nosso. Estes permitem estabilidade de todas as suas condições, propiciando-se o equilíbrio necessário à vida biológica, tal qual a conhecemos.

Entretanto ainda se pode considerar que duas estrelas próximas acabam gerando um sistema binário – comuns em nossa galáxia – o que ocorre em cerca de 42% das estrelas da Via Láctea, dizem os astrônomos. E a ciência atual já declarou que estrelas binárias não podem conter planetas em suas órbitas. Esses sóis giram em torno de um ponto não equidistante entre elas e como têm massas diferentes geram um grave desequilíbrio gravitacional ao seu redor. Segundo os dados da ciência atual, isso impossibilitaria a sustentação de planetas nesses sistemas. As massas planetárias não se formariam e, caso se formassem, logo se desagregariam. Além disso, a instabilidade orbital impediria qualquer orbe de permanecer em translação ao redor dessas estrelas, levando-os a se precipitarem nelas. Por isso a Nasa não procura planetas em estrelas binárias. Este é assunto atualmente muito delicado para nós, espíritas, pois Capela é uma estrela binária (quaternária, segundo pesquisas recentes) e dificilmente conteria planetas ao seu redor – ao contrário do que afirma Emmanuel, que aponta um de seus planetas como o orbe de origem dos famosos “exilados capelinos”. E já vi alguns romances espíritas descreverem mundos com dois sóis nos céu. Temos de repensar isso. Seria muito bonito, porém, repito, as poderosas forças gravitacionais em jogo nesses sistemas lhes retirariam qualquer beleza, pois gerariam ambientes verdadeiramente infernais em suas superfícies, marcados por tormentas climáticas e grandes e constantes movimentos de enormes massas, a provocar imensas hecatombes.

Já se acha construído um aparelho capaz de medir essas terríveis oscilações gravitacionais provenientes de sistemas binários. Chamado LIGO, encontra-se nos EUA, em Hanford, no estado de Washington; e Livingston, na Louisiana. É um interessante aparelho constituído por três interferômetros imensos, com cerca de 4 km de extensão. Está em funcionamento desde 2002 e recordo-me de haver lido em uma revista científica a descrição das terríveis tempestades gravitacionais oriundas dos sistemas de sóis múltiplos. Bem, meu caro Ari, são apenas teorias. Precisamos, porém, colocar as barbas de molho, pois os dados objetivos da astrofísica parecem muito lógicos.

Págs. 112 e 113 – notei que você usa o travessão maior para introduzir a fala do personagem e um travessão menor para interpor uma explicação do autor. É assim que deve ser feito? É preciso diferenciar os travessões?

Não, não é necessário. Uso por puro preciosismo. “— Você foi até lá? – perguntou o rapaz. — Trouxe a encomenda?” Gosto dessa diferenciação.

Pág. 121, 2º par. – uma curiosidade: o Diálogo de Platão a que você se refere é Timeu. Até hoje, é a única obra desse filósofo que não foi ainda publicada no Brasil. Mas em Portugal, sim. E eu consegui encontrá-la na Bienal do Livro, em São Paulo, em uma banca de livros lusitanos. Fiquei superfeliz, e apressei-me a lê-la. Como é uma peça rara, ofereço-me para emprestá-la a você, quando quiser.
 
Pág. 131, 4º par. – o “traficante intergaláctico” – “um extraterrestre de boa aparência lhe oferecia droga”. Gostaria de fazer um pequeno comentário a respeito dessa proposição, embora aqui colocada como uma ficção. Seria o mesmo caso da pág. 83 – o ataque dos “nômades do espaço”. Sempre me intrigou o fato de as ficções científicas comumente projetarem “guerreiros interestelares” no futuro. Penso que isso é um absurdo do ponto de vista da evolução espiritual. Jesus nos garantiu que somente os “mansos herdarão a Terra”, ou seja, apenas os espíritos pacíficos vão adiante na evolução e desfrutarão o legado do futuro. Logo, os guerreiros e espíritos mal-intencionados, como “traficantes intergalácticos”, são habitantes de mundos primitivos e expiatórios, jamais de esferas superiores. E como tais, não teriam acesso a tecnologias avançadas, como transportes teledimensionais, naves admiráveis e coisas parecidas. Essa lógica nos seria a garantia de que viveremos paz nos séculos vindouros. Assim, coibir o progresso a espíritos malignos parece ser a forma com que o Criador protege a vida no Universo, evitando-se que seres evoluídos intelectualmente, porém não moralmente, adquiram poderes surpreendentes, perigosos em mãos inconsequentes. Portanto, o mal limita a evolução do ser, com justa razão. E assim compreendemos por que Jesus deu “graças ao Pai por ocultar verdades aos sábios e entendidos da Terra e revelá-las aos pequeninos”.

Desse modo acredito que um extraterrestre de “boa aparência” a “oferecer droga” é um contra-senso. Se ele “oferece droga” é muito mal-intencionado, almeja benefícios próprios sem se preocupar com o bem do outro – logo é muito egoísta. Se é muito egoísta, então é inferior e, como tal, somente pode habitar mundos inferiores. E mundos inferiores não poderiam desenvolver tecnologia para viagens intergalácticas – analisando o nosso mundo, compreendemos isso.

E ainda, se é inferior, deve ser de aparência horrorosa, pois tudo indica que a beleza em nosso Universo é patrimônio diretamente proporcional ao avanço evolutivo. A maldade desconfigura a forma, como sabemos, produzindo monstruosidades e feições animalescas.


Além disso, cabe ainda mais um comentário: seres inferiores, habitantes de dimensões espirituais, não conseguem, habitualmente, divisar aqueles que se acham em uma dimensão superior. Somente nos mundos físicos é que inferiores e superiores podem se encontrar – o que seria um dos fatores a justificar a necessidade da existência dos mundos carnais na Criação. Jesus, por exemplo, no mundo espiritual, somente poderia ser percebido por seres de igual evolução, porém, no mundo material, Sua presença foi denotada por todos e Sua mensagem pôde ser a todos transmitida.

Logo, Rovi, como se encontra em uma dimensão além da carnal, deveria estar invisível tanto ao traficante quanto aos nômades do espaço que peregrinam pelas dimensões interespirituais, pelo fato de se tratar de seres inferiorizados por sentimentos negativos.

É claro, meu amigo, que comento isso apenas por curiosidade. Isso em nada desmerece o seu belo romance e sequer vejo necessidade de que mude qualquer coisa. Faço apenas uma breve análise da questão, recordando-me de que, quando jovem e ávido leitor de ficções científicas, os guerreiros estelares e as naves de alta tecnologia pilotadas por seres monstruosos, nitidamente inferiores, muito me intrigavam por não obedecer à lógica que os parcos conhecimentos espirituais nos facultam.
 Pág. 133, 1ª linha – estranhei a utilização da palavra “memorável” – “memorável mês aquele”. O “mês” foi péssimo. Minha dúvida: não se utiliza esse adjetivo somente para fatos célebres e notáveis, ou seja, dignos de serem lembrados pela sua importância? O mês merecia ser esquecido. Não seria o caso de se usar outro adjetivo?

Não há necessidade. “Memorável”, para aquele mês cheio de problemas, tem o sentido de “célebre”. E “célebre” pode querer dizer “famoso, notável, que foge ao comum, extravagante, singular”.

Pág. 139, 1º par. – estranhei o fato de Rovi encontrar dificuldades para voltar a Brasília, se ele parecia viajar com tamanha desenvoltura por diversas localidades da Terra, como Egito, México, Peru e Chile. Teve de pegar um avião terreno. Por que não utilizou o mesmo meio de transporte de que se servia na visita a esses outros países?

Pág. 143, 4º par., 1ª linha – uma curiosidade: você acha que “sol” precisa ser escrito sempre em maiúsculo, como “Terra” e “Lua”? Já li em alguma gramática que assim dever, caso se trate de uma referência ao astro rei (astro-rei? astrorrei?).

Sol — 1. Com inicial maiúscula quando a referência for ao astro: Aguardou a eclipse do Sol. / EUA vão explorar o Sol.  2. Com inicial minúscula para designar a luz do Sol, o lugar iluminado por ele ou os sentidos figurados: Gostava de tomar sol. / É muito forte o sol do meio-dia. / Ficou exposto ao sol. / O lado do sol era mais procurado. / “O sol da liberdade em raios fúlgidos...” / O artista pintou um sol surrealista.
 
Esse conceito é do prof. Eduardo Martins (Manual de Redação e Estilo do Estadão).

 Pág. 153, 3º par., 5ª linha – ouvi dizer que não se deve mais usar a palavra “estória”. É verdade? Vi que o Aurélio, de fato, assim nos aconselha:

Estória – Substantivo feminino.
1.V. história. [Recomenda-se apenas a grafia história, tanto no sentido de ciência histórica, quanto no de narrativa de ficção, conto popular, e demais acepções.]

Fiquemos com o Aurélio.

Pág. 154, 2º par., 5ª linha – a palavra composta “Boa Nova” para mim é um mistério. Em muitos livros da FEB e outras obras espíritas ela aparece com hífen. Tenho comigo, por exemplo, o livro “Boa-Nova”, na sua 5ª edição, cujo título na capa estampa o hífen. Contudo em edições posteriores, a FEB retirou o hífen. No Aurélio ela aparece sem hífen, mas com hífen em algumas citações. Já o Houaiss não hesita, e a traz com o seu hífen. Será questão de gosto? E agora, na nova ortografia, ficaráBoanova, para quem escrevia com hífen?

Eu ficaria com “Boa Nova” mesmo.

Meu caro amigo, minhas observações em nada retiram do valor de sua obra. Um livro excelente, gostoso de ler, poético, espirituoso e ainda referto de ensinamentos superiores. Já o indiquei a minha filha e o indicarei a outros amigos. Ele merece ser lido e apreciado, e você precisa escrever mais, pois sua obra é altamente inspirada, muito superior a muitíssimos livros mediúnicos que temos por aí, e que vendem apenas por trazer o nome de um espírito na capa.

E reafirmo: não veja em meus comentários uma possível vingança. Minha real intenção é fazer pelo seu pequeno-grande livro o mesmo que você proporcionou aos meus: o sincero desejo de colaborar, embora não me sinta em condições de corrigi-lo. Portanto, perdoe-me a pretensão. Assim, espero que você veja em minha atitude unicamente o produto de meu justo reconhecimento – exatamente aquele que move um aluno que, diante de seu mestre, quer demonstrar-lhe que algo aprendeu de seus ensinos.

Por isso aguardo, sinceramente, merecer o seu beneplácito. Ser meritório de sua amizade e consideração me é inusitada alegria. Que Jesus nos ampare sempre. Um forte abraço,

Gilson Freire, em 31.1.2009

Aristides Coelho Neto, em 2.2.2009

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De: Gilson Freire
Para: Ari
Enviada em: quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009 07:48
Assunto: Re: Ótima a sua sugestão... Pequeno detalhe.

Ari,

Fui ao "Jamil? Galileu? Quem já me leu?" – muito bom. Uma sincera manifestação de humildade. Faz bem ao espírito. E você tem razão, o bom da história é escrever. Ser lido é coisa que não está ao nosso alcance, pois é pertinente aos anseios de cada um. As pessoas se deixam ir pelas aparências, pelo modismo e custam a reconhecer o que realmente tem valor. Não se preocupe, porém, a vida sabe e a vida cuida. Ela computa o nosso esforço, e o que lhe convém vai adiante, com certeza. Mas, lembre-se, "compete-nos a semeadura, a colheita é domínio do Senhor". Sem se esquecer de que "nenhum profeta faz milagres em sua terra", por isso tenho certeza de que você ainda será muito lido, mas nas terras e no tempo que a vida julgar pertinente, não nós. É assim. Mas que "Rovi" será um dia conhecido e louvado, tenho certeza.

Estou num sufoco de dar dó por estes dias. Sufocado por uma avalanche de e-mails. Logo respondo às suas outras mensagens.

Abraço,

Gilson

Comentários (3)

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