TEXTOS DO AUTOR

Um 2010 com excelentes saídas

Que em 2010 estejamos protegidos de nossos governantes e políticos. Mas que o Criador proteja a eles também, pois a colheita é inexorável.

É incrível como esses fins de ano são parecidos. Congestionamentos em aeroportos, rodoviárias, shoppings. Correrias mil, como se o dia 31 fosse a data-limite para fazermos tudo que não conseguimos por pura incompetência durante o ano que finda. Obviamente, isso ocorre com a classe média. As pessoas que vivem à beira da miséria — e ainda são muitas neste Brasil — veem o restinho do ano passar sem grandes novidades. Dias vazios e iguais em tudo. Cada dia sobrevivido, uma vitória, sem grandes alardes.

Feliz 2010!Todo final de ano, notícias de vidas ceifadas por excessos de álcool e overdoses. Catástrofes, nevascas, mudanças acentuadas no clima, chacinas, atentados, queimadas, geleiras que se derretem, animais que pedem socorro, desabrigados que choram perdas totais, declarações patéticas de governantes.

Felizmente, também, notícias de pessoas engajadas em trabalhos de levar alegria e esperança a quem não tem condições. Monstros que enfiam agulhas em crianças indefesas. Políticos que enfiam estacas no fígado dos eleitores e dos contribuintes.   E pessoas outras dignas e amorosas, que nada fazem de diferente daquilo que fizeram o ano todo, porque essa é a sua rotina benfazeja.

Papais-noéis espalhados por todos os lugares. Como sempre tendenciosos, injustos, e que nada têm a ver com o bondoso bispo Nicolau, aquele lá de Mira, na Lícia (hoje Turquia), que viveu no século III. Aliás, sua roupa vermelha de bispo é que originou essa indumentária que hoje vemos no velhinho simpático e sorridente (e falso) que mais aparece no vídeo e ao vivo em dezembro. Diz-se que esse rosto atualmente maroto e fofinho, bem como adaptações na vestimenta, foram idealizados pela Coca-Cola.

Desejo que em 2010, nessa concorrência desleal com Jesus (o aniversariante maior), o Papai Noel comercial, safadinho, interesseiro,  seja derrotado e desapareça de vez. Claro, sem violência.

Mas o bom disso tudo, nessa data, é que não há como deixarmos de meditar, mesmo que timidamente, sobre o sonho de sermos fraternos definitivamente. E meditarmos seriamente sobre a nossa exagerada preocupação conosco, muito mais do que com os semelhantes.

Assim, aproveitando as correntes de bondade que pairam sobre o planeta, é meu desejo que nas reflexões próprias da data magna da Cristandade, durante 2010 e lá pelo seu final, não nos arrependamos de nada que possamos ter deixado de fazer, por esquecimento, por timidez, por comodidade.

E paremos de relutar. Determinados, deixemos que o Cristo habite em nossos corações hoje e sempre. O que se quer dizer com isso? Ora, que a receita dEle seja o lume da nossa estrada, o modelo para nossa conduta.

E que em 2010 tenhamos não só boas entradas, mas vislumbremos excelentes saídas, diante dos percalços naturais. E sempre com a prevalência do equilíbrio.

E que Deus nos proteja de nossos governantes e políticos. Mas que proteja a eles também, diante do plantio equivocado que estão fazendo, pois a colheita é certa — se a justiça terrena é plena de defeitos, a divina é infalível.

Abaixo as flores virtuais, sem perfume, sem vibração, e as mensagens sem calor. E viva o mundo real, do contato, da presença física! Adeus ano velho, com todas as suas mazelas! Feliz Ano Novo a todos! E que sejamos partícipes e idealizadores de um mundo melhor, que virá, sem dúvida, mas nunca sem a nossa participação.


Aristides Coelho Neto, 31.12.2009 

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