Teresa de Ávila (1515-1582) viveu na Espanha. E teria sido a reencarnação de Maria de Magdala, discípula de Jesus — é o que acaba deduzindo quem lê o livro Perdoo-te.

Essa entidade invulgar escolheu Amália Soler e Eudaldo Pagés para relatar sua história, tendo as comunicações mediúnicas ocorrido de 1897 a 1899. Eudaldo ditava, Amália anotava. A obra, publicada em 1900 em oito fascículos, foi reeditada em 1904.

Os relatos do espírito, porém, antecedem a existência de Madalena, reportando-se a tempos imemoriais, na Atlântida, dessa vez como Íris.

Intrigante é o fato de o espírito comunicante não usar de forma explícita o nome de Madalena nem o da revolucionária religiosa Teresa de Ávila, também chamada Teresa de Jesus. Há de se convir que, nos tempos em que viveu Amália Soler, o Espiritismo era muito combatido. E nominar madre Teresa, já canonizada há mais de dois séculos, em um livro espírita poderia impactar a comunidade católica nos idos de 1900. Principalmente ao trazer a público o fato de que as visões e transes de madre Teresa eram nada mais que manifestações mediúnicas. Na Espanha, a Inquisição revelara-se até 1834 como uma das mais cruéis e violentas. À época da concepção desta obra, é sabido que o poder clerical na Espanha ainda possuía acentuado prestígio nas esferas governamentais.

O leitor por certo vai se impressionar com este livro. Conhecendo as agruras da personagem ao longo de várias encarnações, não deixará de concluir que todos necessitamos, sem mais delongas, aprender a perdoar, auxiliar e amar, sem desvios na caminhada em direção à Luz Maior.

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O romance Perdoo-te deixou de ser publicado em 2006. Exemplares remanescentes eventualmente podiam ser encontrados em algumas livrarias espíritas.

Seu relançamento (11a. edição), porém, ocorreu em julho de 2011, pela Editora 3 de Outubro.