Grande Danilo,
A primeira coisa que pensei quando entrei no banheiro do Museu Nacional de Brasília e percebi que não havia sabonete para a tão propagada assepsia preventiva da gripe suína foi: “Sem sabonete... e se o GDF não pagar o prêmio do Danilo?”. Nem sei por que isso me passou pela cabeça. Afinal o Governo do Distrito Federal cuidou até que bem dos detalhes todos, dos prospectos, dos bótons, dos convites, enfim, dessa festa bonita que foi a premiação da logomarca vencedora dos 50 Anos de Brasília.
Alguém me perguntou se eu conhecia você. Sempre metido a engraçadinho, eu disse que sim. E que, aliás, eu havia emprestado 15 mil a você, que estava numa pendura danada e não podia esperar pelos trâmites do governador Arruda para receber seu prêmio. A pessoa não entendeu bem a brincadeira.
Aquela hora em que você subiu ao palco com a gravatona amarela, fiquei a imaginar o trabalho que deu para você achar tonalidade igual à da logomarca. Elementar, meu caro Watson, Danilo não descuidaria da gravata. Dei uns assobios bem fortes, a palma saiu estridente, ali não podia rojão, fazer o quê, cada um se vira com o que tem. Mas fiquei imaginando outras coisas mais.
Já pensou se o tempo voltasse atrás e o velho Danilo, danado que era pra fazer discurso, fosse chamado em plena Capital da República para ocupar a tribuna justo no Museu Nacional? ali na Esplanada dos Ministérios?! e falar do orgulho de ver o filhão no meio de tantas autoridades?
Já imaginou a dona Celda, se ainda pudesse viajar, transitando pelo saguão do auditório do museu, dizendo a quem passasse: “Esse é o meu filho! Vocês chamam de Danilo. Eu sempre chamei de Toninho. Ele tirou o primeiro lugar no concurso”. Você bem podia conseguir as reportagens todas pra passar pra ela. Vai ser a glória.
A sua competência tem nos deixado — a nós, seus amigos do peito —, muito satisfeitos com a sua ascensão profissional. A cada degrau temos vibrado com as suas vitórias. E Brasília também tem ganhado muito com a dedicação e esmero que você imprime em tudo que faz.
No entanto, a nossa admiração decorre também da sua amizade sincera. E acho difícil, particularmente, dissociar carreira da forma de ser para com todos. Quando um artista, cientista, ator, um profissional qualquer que seja, acrescenta aos seus dons o caráter nobre, a sua imagem inevitavelmente cresce.
Assim eu o vejo. Um artista completo, não só pelas suas qualidades de exímio programador visual, mas pelo pai e esposo exemplar, e amigo que você é.
Meus parabéns por mais esta conquista. E que Deus o abençoe.
Aristides Coelho Neto, 6.8.2009
Comentários (3)