TEXTOS DO AUTOR

DIFICULDADES PARA SE EDITAR UM LIVRO

O internauta reclama: quer não só escrever, quer editar o que escreve. E não acha uma editora que compre a sua idéia.

Nogueira, de São Paulo, visitou o nosso site. E fez alguns desabafos: "Há algum tempo venho a escrever poemas e agora sinto necessidade de escrever livros, pois já tenho muitas idéias a respeito. Talvez não seja o bastante apenas a vontade... É muito difícil encontrar uma editora que acredite em nosso trabalho".
 

Olá, Nogueira

 

Sei bem das dificuldades de se editar um livro. Principalmente de poesia. E as editoras têm pilhas e pilhas de projetos editoriais. São pessoas ávidas de publicar, e que estão à procura de quem compre a sua idéia.

Consegui patrocínio em três livros meus.  Mas um deles eu tive de pagar a impressão, embora sem condições financeiras.

Fiz então uma rifa de uma televisão.  Quem comprasse um número tinha direito a um vale-livro (claro, de um livro que ainda não existia). 

E empurrei seis números para cada amigo que eu tinha. Haja amigos!  Foi o jeito que arrumei. E deu certo.

Se o livro vendeu? Não como eu esperava... é muito difícil a distribuição... é praticamente impossível sem uma rede organizada.

No meu modo de pensar, a nós que escrevemos basta a concretização de uma obra.  E já de antemão, temos de partir do pressuposto que não vamos vender.  E nos contentarmos com a realização pessoal. O que já é muito.  No final das contas, a gente acaba dando de graça o livro. E mesmo dando de graça, muitas pessoas não vão ler, sabia? 

Vale dizer que há pessoas se empenham pessoalmente nas vendas. E que estabelecem como meta vender, por exemplo, quatro livros seus por dia. E não voltam para casa enquanto isso não acontece. Acabam conseguindo.  Em Brasília, temos autores que vendem na noite. Entram nos bares, deixam livros nas mesas.  Depois passam recolhendo.

Havia uma senhora que andava com seus livros em um carrinho de feira, vendendo no aeroporto.

Volto a dizer — a meu ver, o que vale é a realização pessoal. Você realiza um projeto. E parte para outro. Isso nos alimenta e nos impulsiona.

Atenciosamente,

 

Aristides, em 12.7.2008

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