— Perdi meus itálicos, perdi sublinhados, ganhei negritos que não existiam. Perdi texto.
— Putzgrila! Não acredito.
— Ganhei caixas-altas que não pedi.
— Mama mia!
— Vou parar com tudo, jogar tudo pro alto. Maldito diagramador!
— Droga!
— Melhor que diagramem tudo de novo.
— Decisão acertada.
— Vou lá dar uma lição nesse povo.
— Eles merecem.
— Minha vingança será maligna.
— Que mierda!
— E você vai comigo para uma conversinha com esses safadinhos.
— Incompetentes...
— Moleques.
— Vamos lá quebrar tudo.
— Em clima de muita revolta...
— Não ficará pedra sobre pedra.
— Vou levar uns amigos justiceiros, MMA, judocas, karatecas...
— Eles não gostam de poluição visual?
— Detestam.
— Vamos providenciar uma surra bem dada neles.
— Isso! Fiz cotação. Vinte reais, xingamento e humilhação. Cinquenta, super surra.
— Cem reais, cem chicotadas e sal grosso depois.
— Cento e cinquenta, morte certa... com crueldade.
— Vamos levar a dra. Virgínia, do Hospital Evangélico, para desligar os aparelhos deles.
— Quais aparelhos?
— Sei lá, e chame o seu neto, aquele que morde.
— Hei, calma, ele também leva mordida...
— Desliga esse facebook e vá dormir, ô...
— É, já desabafei.
— Durma com os anjos.
— Tem coragem de ainda ser amigo dos anjos?
— Olhe quem pergunta... estava espumando.
Aristides Coelho Neto, 8.3.2013
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